Mensagem Pedagógica - Abril

18/04/2017

A Qualidade do Tempo na Relação Pais e Filhos

 

O tema apontado foi trabalhado na primeira Escola de Pais de nosso Colégio, no dia 1º de abril.

Falar de Pais e Filhos, ainda mais no tocante ao desenvolvimento humano, requer uma breve abordagem no início dessas relações, haja vista que envolve a afetividade, ainda sem apontá-la como ingrediente essencial para conduzir o papel da autoridade  entre as figuras parentais.

Quando nascemos somos só instinto…

Temos fome, frio, sede… Necessidades básicas são supridas, num jogo de energias e pulsões, pois nascemos sem a consciência.

Somos advindos de uma relação puramente afetiva, recebemos amor ou outro sentimento similar de nossos pais, figuras que a vida nos apresenta. Adquirimos consciência, quando perto dos oito meses, nos mostram a assertividade, ou seja o NÃO. A partir disso, começamos a compreender o MUNDO e  participarmos do mesmo como SUJEITOS do espaço em que vivemos.  O NÃO palavra pequena e essencial , tão significativa a nossa educação,  emancipação social e psíquica, modela nosso papel nas interações. Assim  passamos a entender que do nosso contato simbólico parental, precisamos conhecer melhor o mundo que nos cerca. Afetividade neste momento passar a ter sentido para os pais, mas com AUTORIDADE e isso nada tem a ver com autoritarismo. Pais afetuosos e conscientes de seus papeis conseguem assertivamente educar seus filhos. Sem massificá-los com cargas emotivas embuídas de sentimentos de culpa. Seja em qualquer etapa do desenvolvimento, tempo é sinal de prioridade, que também está relacionado à afetividade, mas com responsabilidade. Cada vez mais, o discurso evasivo de pais fazem-se constantes nesta vertente, filhos não adquirem autonomia de um dia para o outro, tampouco expostos a maus exemplos passados pelas mídias. O tempo não dedicado aos filhos, é tomado por outras figuras atrativas, que a vida  nos cobrará futuramente. Comecemos pela TV, que desde cedo já inicia com programação totalmente absurda a crianças e adolescentes, tentando passar uma imagem chamativa, cheia de conteúdo impróprio, incitando a práticas inadequadas, desqualificando os papeis sociais, banalizando e erotizando meninas e meninos, sem um respeito e um cuidado com este público, é o tudo pode… Adolescentes crescem sem desenvolver virtudes tão preciosas, a gratidão, o respeito, a justiça, a honestidade. Até parece que quem não fala palavrão é piegas, demodê. A internet ou mesmo a TV estão para nos servir, para que possamos buscar entretenimento, informação, conhecimento, mas com responsabilidade, de que adianta ter livre acesso, se não recebo qualidade, pode parecer que não, mas uma criança que passa o dia todo na frente destes mecanismos sem adequação ou filtro, está fadada a reproduzir a mesma alienação. Não devemos assim culpar o celular, o videogame, a internet, a TV, pois somos nós que os direcionamos, mas também não podemos nos tornar reféns dos mesmos. É importante repudiar o que é ruim, ser autoridade no sentido de orientar quanto a isso, educando com prudência. Momentos agradáveis entre pais e filhos são imprescindíveis, contudo jamais distoando os papeis, pois pais podem desenvolver relacionamentos com amizade, todavia ser amigo não é ser PAI, pois PAI é sempre figura de FORMAÇÃO. A mensagem essencial deste tema é… “USEM O TEMPO, da melhor forma, não se preocupem se vocês ficam pouco com seus filhos, mas que os minutos vividos sejam intensos,  multiplicadores de potencialidades com atitudes altruístas, para que possamos ajudar na formação de pessoas mais bem resolvidas, promovendo um mundo mais humano, com possibilidades reais na resolução de conflitos. É tarefa dos Pais educar seus filhos, na escola o espaço se expande para serem sujeitos politizados, aprendendo a ser parceiros, trocando informações, sabendo competir, respeitando o que é do outro. Segundo Cortella a “ESCOLA escolariza”, dá instrução , qualificação, prepara para o futuro. Atua nas relações, orienta na direção de um possível norte, mas a EDUCAÇÃO emancipa, nos torna livres e esta deve ser passada de pais para filhos.

 

Simone Rudniki